A incerteza sobre o futuro do euro e a
volta da crise mundial fizeram as bolsas em todo o mundo terminar
2011 com fortes perdas, com Ibovespa caindo 22%.
A incerteza sobre o futuro do
euro
e a volta da crise mundial fizeram as bolsas em todo o mundo
terminar 2011 com fortes perdas, o pior resultado desde 2008 quando
a quebra do Lehman Brothers fez eclodir a pior recessão em 70 anos.
Os prejuízos nos valores das ações somam 6,7 trilhões de dólares,
quase três vezes o PIB do Brasil. Para 2012, todas as previsões
apontam para a volta da recessão na Europa e turbulências pelo
mundo.
Após a quebra do banco norte-americano, em setembro de 2008,
governos proliferaram medidas de incentivo, prometeram refundar o
sistema financeiro internacional e, se foi registrada uma recessão
internacional, líderes se felicitaram mutuamente por ter pelo menos
evitado uma depressão, como nos anos 30.
Mas, em 2011, descobriram que o ano de 2008 não havia terminado. A
crise voltou com força e, desta vez, foi a dívida europeia que jogou
a economia mundial na incerteza. "Em 2008, os governos agiram e
injetaram bilhões para socorrer suas economias. Agora, esse dinheiro
não existe mais e, de certa forma, a crise atual pode ser ainda mais
perigosa", admitiu Pascal Lamy, diretor da Organização Mundial do
Comércio e ex-banqueiro.
O calote da Grécia, o resgate de Portugal e Irlanda e as dúvidas
sobre a Itália e Espanha atingiram em cheio o euro, que voltou a
níveis de 2010. Bancos altamente expostos nessas economias já
começaram a fechar suas torneiras. Alguns, como o Dexia, na Bélgica,
foram obrigados a ser resgatados, como ocorreu em 2008. No geral, os
bancos perderam 32% do valor de suas ações no ano. Só o Bank of
America perdeu mais de 50%.
As bolsas refletiram esse cenário de tensão. O índice mundial MSCI
perdeu 9,3%. Frankfurt registrou queda de 15%, Paris 17,6%, Milão
26% e Madri caiu em 13,7%. Atenas perdeu 61%.
Emergentes. Os emergentes não foram poupados e, em média, perderam
20%. As exportações asiáticas e latino-americanas já sofrem com a
atual situação da economia europeia e isso se reflete no valor das
ações locais. Xangai perdeu 22%, contra 24,6% na Índia, o segundo
pior ano de sua história. Coreia do Sul, Cingapura, Austrália,
Chile, Brasil e vários outros exportadores também terminaram ano em
queda. Hong Kong, com perdas de 20%, insiste que nem a resistência
dos países dos Brics será suficiente para fazer as bolsas voltarem a
taxas positivas em 2012. |